segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Karl Marx


Karl Marx
Karl Heinrich Marx, nasceu em Trèves, sul da Prússia (Renânia), pertencente hoje à Alemanha Ocidental em 1818-1883, descendente de judeus tinha uma vida de classe média em virtude de seu pai que teve de mudar de nome por ser de origem judia, posteriormente se envolveu com os movimentos sociais organizados e abdicou de muitos sabores característicos de classe média e alta, doutorou-se em 1841.
No ano 1848, Marx foi convidado pelo movimento operário para expor suas idéias, de como deve ser uma sociedade sem exploração, foi quando escreveu o manifesto comunista, expulso pelo governo da Bélgica, Marx instala-se definitivamente na Inglaterra. Sua vida foi constantemente em defesa da classe trabalhadora cuja escolha fez com que passasse por momentos difíceis, encontrava-se na pobreza e com sua mulher doente. O grande companheiro que lhe prestou ajuda financeira e intelectual foi o camarada de sempre F. Engels. Veja um trecho de uma carta de Marx enviada a Engels, quando conta a sua aflição econômica.
“(...) Minha mulher está doente. Minha filha jenny, está doente. Heleninha está com uma espécie de febre nervosa. Não pude e não posso chamar o médico por falta de dinheiro para os médicos. Há oito dias que alimento minha familia unicamente com pão e batatas. E não sei se ainda vou comprar pão e batatas para hoje” (in Leonardo Konder – Marx – vida e obra, p.96).
Com o advento da revolução industrial o capitalismo investe numa produção mais técnica e industrializada, aumentando a produção, como também, o índice de desempregados, gerando mão-de-obra excedente no mercado de trabalho. Com o aumento de produção pode-se afirmar que aumenta conseqüentemente o capital do empresário, via exploração do trabalho assalariado, ou da exploração da força de trabalho do trabalhador que Marx chamara de mais-valia. Esta período vivido por Marx, não é muito diferente de Comte e Durkheim, quando a ciência e as industrias já se faziam presentes, assim como a organização do estado burocrático de direitos , era cada vez mais consolidado por seus dirigentes.
Em decorrência dos conflitos e contradições existentes no modo de produção capitalista, principalmente entre os burgueses e proletários, Marx fundamenta seu pensamento dentro da história apontando o homem como condição fundamental para existência da historicidade, pois a forma que ele produz as condições de vida é a principal razão de sua capacidade de transformar a realidade, o meio que se insere. Assim como o trabalho é crucial para a produção humana, em virtude de sua necessidade ou de outros, ampliada sua capacidade produtiva, então a produção, serão condições primordiais no pensamento marxiniano.
Por isso, karl Marx necessariamente começa a estudar a sociedade capitalista e suas contradições a partir dos aspectos políticos e econômicos, desta forma, o modo de produção será o  ponto de partida para sua análise material da sociedade, base em seu pensamento metodológico.
Como muitos outros clássicos da sociologia já citados, karl Marx fundamentou toda a sua tese em cima do Materialismo Histórico e Materialismo Dialético. Este método de análise inaugurado por Marx, constitui um corpo integrado e crítico, considerando elementos contextualizados para o seu tempo e o modo de produção, então aspectos da filosofia clássica alemã, do socialismo utópico francês, da economia clássica e da ciência histórica francesa, vão dar base para sua análise.
Partindo desses pressupostos da realidade que atravessavam os trabalhadores no começo do século XIX, tornou-se condição para produção existente, alimentado ideologicamente pela Superestrutura, que para Marx está presente no estado, no direito, na moral, na ideologia, na religião, na ciência, na educação, ou seja, Marx vai se debruçar em analisar a Estrutura e a Superestrutura antes e no capitalismo.

A contradição é principio básico para este pensamento, sendo uma categoria central de análise permitindo a percepção da história como movimento dialético, que envolve as forças de produção e as forças de distribuição de produção que gera a discussão da propriedade privada, do capital, do trabalho, das classes sociais, da divisão social do trabalho...

Diferente dos positivistas, Marx vai provar através de seus métodos que se há uma grande contradição na sociedade em relação a trabalhadores em empresários em virtude da má distribuição da produção, ou seja, há uma centralização na distribuição por parte dos detentores do capital, enquanto os trabalhadores são explorados através de seu trabalho em decorrência da Mais-valia (furto da mão-de-obra dos trabalhadores que não lhe são págas, ou seja, se um operário trabalhasse 8 horas e produz 10 pares de sapatos, em 5 pares daria para pagar o trabalho investido pelos trabalhadores, o trabalho investido pelos proprietários, a manutenção das máquinas e a matéria prima. Os outros cinco restantes iriam diretamente para a mão dos empresários gerando a Mais-valia (acúmulo de capital para os burgueses). Portanto percebe-se claramente que o pensamento Marxiniano Materialista Histórico e Dialético, não só analisa a sociedade capitalista como também procurou dar resposta a um segmento social, os trabalhadores, inclusive propunham uma saída para tais questões, o Socialismo Real, que culminaria em uma sociedade onde todos poderiam viver em harmonia e igualdade social. O socialismo seria o primeiro passo para o modo de produção comunista, quando todos comungariam comumente da produção. Este processo para Marx não se daria de forma pacífica e sim através de uma revolução, quando os trabalhadores atingiriam um grau de consciência para atingir a transformação.
“...Ora uma tal transformação só pode ser efetuada por um movimento prático, por uma revolução, esta não será então apenas necessária pelo fato de construir um único meio de liquidar a classe dominante, mas também porque só uma revolução permitirá a classe que derruba a outra aniquilar toda a podridão do velho sistema e tornar-se apta a fundar a sociedade sobre bases novas” (ideologia Alemã 48).
O pensamento Marxiniano no século XIX, foi decisivo para que as classes sociais reprimidas de misérias sociais, políticas, econômicas, se articulassem e concebessem este pensamento como princípio básico para os movimentos sociais organizados. Um fato curioso e diferente foi que esse pensamento só passou a ser difundido no meio intelectual como concepção, após anos inserção nos movimentos sociais e com forte influência de Engels, melhor amigo e grande contribuidor às concepções Marxinianas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário